• Museu Digital UNILA recebe obras de Fayga Ostrower

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25/11/2021 por 

O Museu Digital UNILA (MUD) recebeu do Instituto Fayga Ostrower uma coleção de 26 trabalhos da artista. Entre as obras doadas estão gravuras, pôsteres e publicações, que constituem o primeiro patrimônio artístico da UNILA e que estarão em exposição em 2022. A entrega foi realizada no último dia 10 e, para comemorar a doação, será realizada a live “Fayga Ostrower: vida e obra”, nesta quinta-feira (25/11), às 19h, como parte da programação cultural da 3ª Semana Integrada de Ensino, Pesquisa e Extensão (SIEPE).

As 26 obras, avaliadas em R$ 80 mil, foram entregues pela diretora do Instituto, Anna Leonor Ostrower, para a coordenadora do MUD, Michele Dacas. A entrega ocorreu durante uma visita técnica à sede do Instituto, localizado no Rio de Janeiro. As doações fazem parte das comemorações do centenário de nascimento da artista e integram um programa de distribuição do acervo para instituições públicas de educação e cultura do Brasil.

“A aquisição dessas obras, além de implicarem em uma coleção que é formadora do primeiro patrimônio artístico material e imaterial da UNILA, significa uma grande contribuição para o conhecimento dos artistas-protagonistas de relevância da nossa História da Arte, como é o caso da Fayga Ostrower, que ajudou a consolidar o modernismo no Brasil e também fortaleceu o ensino das artes, em virtude de toda a prática pedagógica e intelectual que desenvolveu nesse campo”, afirma Michele.


A parceria com o Instituto Fayga Ostrower

O Instituto vem desde 2019 implementando diversas ações em comemoração ao centenário da artista, uma delas é o programa de doações de obras para instituições públicas educativas e culturais do Brasil, pelo qual a UNILA foi uma das últimas universidades a receber parte do acervo, através do intermédio da PROEX, com o trabalho de articulação da servidora Michele Dacas. Para a diretora do Instituto, Anna Leonor Ostrower, a iniciativa de descentralizar o acervo para compor mostras e o patrimônio artístico de instituições culturais e de ensino públicas no país é uma forma de honrar a trajetória de Fayga pela democratização da arte. Sobre isso, ela afirma: “eu acredito que um acervo deste tamanho, de uma artista do porte da Fayga, não deve ficar na casa de ninguém, mesmo que eu seja filha dela, um acervo desses é para ficar disponível, e acessível para as pessoas”. A parceria entre PROEX e o Instituto Fayga Ostrower começou com a seção da imagem da obra têxtil Teia, criada pela artista em 1950, e foi cedida para compor o projeto visual gráfico do informativo da extensão. A partir disso, no início de 2021, a UNILA foi convidada pelo Instituto a integrar o programa de doações de obras que estavam sob sua guarda, e juntou-se assim, a outras instituições em celebração do centenário da artista. E, em 2022, irá organizar e realizar uma exposição aqui na região oeste do Paraná, com as obras recebidas. Confira abaixo o vídeo-depoimento da diretora do Instituto, Anna Leonor Ostrower:

A artista
Gravadora, pintora e crítica de arte, Fayga Ostrower, de origem judaica e nascida em 1920, na cidade de Lodz, na Polônia, chegou ao Brasil com a família, em 1934, antes disso, fugindo das perseguições aos judeus na Europa, nesse período entre-guerras, passaram por vários países, incluindo a Bélgica. Ela faleceu no Rio de Janeiro, em 2001.
Fayga Ostrower ajudou a sedimentar o modernismo brasileiro, mas abandonou a figuração, em auge na época, e partiu para a abstração, com trabalhos que impactavam pela harmonização das cores e pela libertação das composições geométricas. Ela se interessava pela multiplicação da imagem sobre o papel por qualquer tipo de mídia, utilizando as técnicas mais variadas de expressão gráfica. Realizou exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior e recebeu diversos prêmios. Seus trabalhos se encontram nos principais museus brasileiros, da Europa e das Américas.
Ela também foi professora no Museu de Arte Moderna (MAM), do Rio de Janeiro, a partir dos anos 1950, quando a instituição carioca, inaugurada em 1948, ocupava o centro do pensamento modernista nacional. Ali, ajudou a implementar um conceito de museu-escola que rompia as fronteiras entre passado e presente, apresentando o processo de criação como um fluxo contínuo e tornando o espaço de exibições um anexo do bloco de aprendizagem, mais vivo e pulsante.

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