O Educativo do MAE-USP, em parceria com os grupos indígenas, lança o #videoguia com interpretação de libras da exposição e ação educativa “Resistência Já! Fortalecimento e união das culturas indígenas. Kaingang, Guarani Nhanewa e Terena”. O material torna mais acessível a exposição em cartaz, são dez vídeos que apresentam a parte introdutória e o módulo Kaingang. Esta exposição é fruto de um trabalho colaborativo entre o MAE e os grupos indígenas Kaingang, Guarani Nhandewa e Terena (centro-oeste do Estado de São Paulo), que inclui a participação de todos no processo de curadoria. A exposição inaugurada em 2019, mostra suas histórias e tradições ao expor objetos, vestimentas e fotografias selecionados pelos curadores indígenas das Terras Indígenas Araribá, Icatu e Vanuíre, de São Paulo. Nessa ação colaborativa são apresentadas as visões dos grupos indígenas participantes e dos profissionais do MAE-USP, destacando a importância da ação para cada grupo, para o museu universitário e para a sociedade em geral.
Segundo matéria publicada no jornal da USP, a origem do projeto começou há cerca de dez anos, através do trabalho da professora e coordenadora da exposição, Marília Xavier Cury, com os kaingang, os guarani nhandewa e os terena. Foi quando eles tiveram conhecimento de que havia objetos de seus ancestrais guardados no acervo do MAE. Objetos coletados entre o fim do século 19 e o ano de 1947 por quatro antropólogos que estudaram esses grupos. “Era um momento em que ocorria a colonização do oeste do Estado de São Paulo, com a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, a expansão da cafeicultura e, ao mesmo tempo, a perda de territórios indígenas”, conta a professora. As coleções fizeram parte do Museu Paulista (MP) da USP, até serem integradas ao MAE após a sua criação, em 1989.
Em 2016, surgiu a ideia de revisitar esses itens com uma exposição colaborativa. Após consultar os indígenas sobre o seu interesse em participar do projeto, a professora fez uma série de visitas às aldeias, acompanhada de uma equipe formada pelos pesquisadores Carla Gibertoni Carneiro, Maurício André da Silva e Viviane Wemelinger Guimarães. A exposição foi elaborada por meio desse diálogo. Segundo a professora Marília, o processo colaborativo permite uma transformação do pensamento e das práticas museológicas. “Num lugar em que ainda predominam visões colonialistas a respeito da formação das coleções, busca-se tirar o indígena de uma posição de subserviência, permitindo que os povos tenham a oportunidade de expor suas próprias narrativas.”
E enquanto a exposição não reabre, é possível visitá-la através dos videoguias com interpretação em libras. Cada uma das faixas de videoguia realiza uma incursão sobre diferentes aspectos da exposição “Resistência Já! Fortalecimento e união das culturas indígenas. Kaingang, Guarani Nhandewa e Terena”, abordando aspectos estruturais, metodológicos, e históricos da mostra, que inclui ainda os módulos da arte e da cultura de cada etnia. Já encontra-se exposto o módulo Kaigang, apresentado por algumas de suas lideranças “meu nome é Dirce, nome indígena Inãm, que significa mãe, sou Kunã, para quem não entende o homem é pajé e a mulher é Kunã, sou Kaingang, gestora e curadora do Museu Worikg venho convidar todos vocês para visitar nosso módulo Kaingang. Segundo o arqueólogo e educador do MAE-USP, Maurício André da Silva, em breve serão lançadas os módulos Guarani Nhandewa e Terena, e outros materiais estão para sair como o #audioguia com e sem #audiodescrição. Desde já, outros aspectos da mostra podem ser encontrados nos demais conteúdos dos videoguias, como a faixa (03) que apresenta a estrutura geral da exposição.
Clique aqui para informações sobre a mostra e também acesse a mesa Resistência já! Fortalecimento e união das culturas indígenas – Kaingang, Guarani Nhandewa e Terena