O universo visual de Cleise Vidal conjuga a presença feminina com uma profusão de cores na representação da flora e da fauna. São imagens saídas da dimensão do sonho e dos sopros xamânicos. Para ela, “se a arte é uma prática de cura, o desenho é uma forma de reza”.

Na exposição “Felinas” as obras de Cleise colocam em diálogo e simbiose a figura humana feminina com felinas e plantas de diferentes espécies. Em vez de qualquer hierarquia entre os seres, o que vemos é o mesmo grau de entendimento que Donna Haraway chamou de “espécies companheiras”.

O percurso multicolorido da artista nos leva desde a Indonésia, onde Cleise morou por vários anos, até a tríplice fronteira Brasil-Paraguai-Argentina, onde a artista nasceu e para onde voltou em 2017. Este aqui-e-lá constante é revelado nos títulos das obras, que oscilam entre línguas e abrem caminhos a desvendar. O que se mantém constante é o olhar sereno da figura feminina, assinatura da artista, como que dispondo uma mesma alma em diferentes relações felinas.

Tecnicamente, predomina a combinação entre aquarela, guache e lápis de cor, sempre em cores vibrantes e solares. Ainda assim, vemos alguns exemplares de ilustrações digitais e de acrílica sobre tela. Estes suportes são apenas uma amostra do trabalho diverso que Cleise Vidal, que inclui além de pintura, design gráfico, fotografia e publicação do informativo cultural O Foguete e do podcast Fogueteando, ambos em parceria com Daniela Valiente.

A curadoria aqui proposta por Fabio Salvatti é fruto da disciplina História, Memória e Patrimônio, ministrada pela Professora Ana Rita Uhle no semestre 2023.1.

Acesse a coleção.