• Como e por que surgiu o MUD?

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09/04/2021 por 

Segundo o levantamento detalhado pela Rede Brasileira de Coleções e Museus Universitários (RBCMU), as universidades são responsáveis por cerca de 10% do conjunto de museus brasileiros. A RBCMU mapeou a existência de mais de quinhentos Museus Universitários, sendo a maioria deles federais (284) e quase um terço deles situados na região Sul do país. É fundamental também observar a diversidade de coleções presentes nestas instituições, reforçam a magnitude do papel social do museu, que deve ser pensado não apenas como um acumulador de objetos (imagens), mas como agente social e político, portanto, um integrador da comunidade, papel crucial da extensão universitária. E também como patrimônio da comunidade – um museu universitário, mais do que ser da universidade, é do local onde ela se insere, fazendo também cumprir a função social da universidade pública. Além dessa porcentagem do patrimônio museológico estar sob a salvaguarda das universidades públicas, a participação dessas instituições na formação, preservação, difusão, produção de conhecimento e debate em torno da relevância do patrimônio material e imaterial contribui para a emancipação de cidadãos livres, críticos e altivos.

Com isso, observamos que a inserção de práticas museológicas na UNILA, contribuiria para o cumprimento do seu papel na promoção e difusão do conhecimento na América Latina e no Caribe. Na Unila já temos a existência de práticas de produção de acervo, de exposições de arte e de memória, desenvolvidas por docentes, estudantes e servidores técnicos-administrativos. E a concepção e desenvolvimento institucional de um museu digital viria ao encontro dessas práticas, já realizadas de forma independente. A proposta foi acolhida pela Pró-reitoria de Extensão da UNILA, por ser considerada esta a unidade administrativa ideal para fomentar a discussão e organização das práticas museológicas, pois essas constituem-se da mesma forma que a extensão universitária, como processos educativos, culturais, científicos e políticos que articuladas de modo indissociável com o ensino e a pesquisa viabilizam e mediam a relação dialógica entre a universidade e a sociedade. O projeto de criação do museu digital contou ainda com o trabalho do setor de Tecnologia da UNILA e com pesquisa realizada pelos integrantes do projeto de extensão Museu Digital: experiências de luta e resistência das periferias na pandemia da Covid 19, a professora do curso de História, Ana Rita Uhle, a relações públicas da PROEX, Michele Dacas, e o colaborador externo, Thiago Lammoglia Monteiro, mestre em Geografia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

O objetivo foi criar uma plataforma digital que pudesse ser mais do que um repositório, mas um espaço que implicasse todas as áreas, contribuindo assim para a produção de conhecimento a partir do conjunto de cursos e institutos da UNILA, através da organização e difusão de coleções, apontando para a contribuição científica, cultural e social desses acervos. E como forma de ampliar a participação na construção da proposta do museu digital e enriquecer o projeto como uma experiência transversal aos pilares de ensino, pesquisa e extensão, foi instituído o Grupo de Trabalho de Difusão Museal e Curadoria, através da portaria Nº04/2021/PROEX no Boletim de Serviço nº 49, de 16 de junho de 2021, p. 1 que finalizou seus trabalhos com a entrega de relatório de estudos à Pró-reitoria de Extensão, no dia 16 de agosto desse mesmo ano. Dada a complexidade desse campo de trabalho, o grupo foi formado por discentes, docentes, e técnico-administrativas da UNILA, estudantes de pós-graduação, egressos e egressas, com formação e experiência correlatas à prática museal para propor e avaliar em conjunto ações de difusão, como o museu digital – ação já prevista no planejamento da PROEX desde 2020. O GT também propôs um plano de cooperação com museus e entidades parceiras na região, procurando viabilizar e identificar necessidades estruturais de implementação dessas ações estratégicas e fundamentais para a universidade. O documento final elaborado pelo grupo apresenta análise situacional, proposta estrutural, plano de desenvolvimento do museu digital da UNILA; elaboração do plano de convênio museológico e cultural-científico com a secretaria de esportes e cultura de cascavel, e a proposição de uma política museológica, educativa e curatorial para a universidade.A metodologia de trabalho desenvolvida pelo grupo foi pesquisa de campo em museus universitários, acompanhamento de encontros e seminários virtuais relacionados à área. Pesquisa bibliográfica e diálogos com docentes, servidores, estudantes e egressos da UNILA, e representantes de instituições museológicas da região. E, principalmente, a realização de encontros virtuais do GT para discussão e produção compartilhada do documento de estudos em ambiente online. O grupo foi coordenado pela servidora da PROEX, Michele Dacas e contou com a participação das professoras Ana Rita Uhle, Andreia da Silva Moassab, Rosangela de Jesus da Silva. E das estudantes do Programa de Mestrado em História da Unila/PPGHIS, Hamanda Machado De Meneses Fontenele, Loudmia Amicia Pierre Louis e Julimar del Carmen Mora Silva. E do colaborador externo, egresso do Programa de Mestrado em Estudos Latino-Americanos pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana (2016) Bruno Elias Gomes de Oliveira.

Grupo de Trabalho de difusão museal e curadoria em reunião virtual

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